quinta-feira, dezembro 10, 2009

Estória de Natal

Recebi por e-mail, esta estória relatada por alguém, na primeira pessoa. Decidi postá-la, quando estamos a cerca de duas semanas do Natal, pois acredito que pode 'tocar' cada um de nós.
...

No último Natal, apressei-me a ir a um shopping para comprar algumas prendas de que ainda necessitava. Quando lá cheguei e vi toda aquela gente, comecei logo a reclamar comigo mesma:
  • Vou perder o meu tempo aqui, quando tenho tanto que fazer noutros lados!

O Natal, de ano para ano é cada vez mais aborrecido! Quem me dera poder deitar-me a dormir, até tudo isto passar! Entretanto, dirigi-me à loja dos brinquedos e comecei a ver preços e a pensar se realmente as crianças davam algum valor a todos aqueles brinquedos tão caros.
De repente reparei num rapazinho de cara triste, que deveria ter cerca de 5 anos e segurava uma boneca contra o peito passando suavemente as mãos pelo cabelo.

Junto dele, estava uma senhora idosa a quem o rapazinho dizia:

  • Avó, tens a certeza de que o meu dinheiro não chega?
  • Tu sabes que não querido. Olha deixa-te estar por aqui a ver os brinquedos, porque eu vou dar uma vista de olhos ali adiante e já volto.

Como estava curiosa, aproveitei e aproximei-me do rapazinho e perguntei-lhe para que é que ele tanto queria aquela boneca.

  • Esta é a boneca que a minha irmã quer para prenda deste Natal. Ela está certa de que o Pai Natal lha vai dar.

Disse-lhe que talvez o Pai Natal lha desse, pelo que não deveria estar tão preocupado.

  • Pois, mas o Pai Natal não vai poder dar-lha no sítio onde ela está.
    Por isso eu quero comprá-la e dá-la à minha Mãe, que vai estar com ela brevemente.

E, com os olhos tristes, explicou:

  • A minha irmã foi para o Céu e o meu Pai disse-me que a minha Mãe, muito brevemente vai ter com ela e eu quero que lhe leve a boneca de que ela tanto gosta! Eu até já pedi ao meu Pai para dizer à minha Mãe para que não vá antes de eu chegar a casa.

Foi então que me mostrou uma fotografia muito bonita dele a rir e a saltar e me disse:

  • Eu também quero que a minha Mãe leve esta foto, para ela se lembrar de mim. Eu gosto muito da minha Mãe e não queria nada que ela se fosse, mas o meu Pai disse-me que tinha que ser, para a minha Mãe tomar conta da minha irmã.

Foi então que meti a mão na minha carteira, tirei algumas notas e disse:

  • Tens a certeza de que o dinheiro não chega? Acho melhor contá-lo outra vez.

Peguei então no dinheiro que ele me deu, juntei-lhe algum do meu, sem que ele se apercebesse e comecei a contá-lo.

  • Está aqui dinheiro que chega para comprar a boneca e ainda sobra algum,
    disse eu.
  • Oh que bom! Sabes que ontem, antes de ir para a cama, eu pedi a Deus para fazer com que o dinheiro chegasse para comprar a boneca e Ele ouviu-me! Ainda estive para lhe pedir algum dinheiro mais, para poder comprar uma rosa branca para dar à minha Mãe, que gosta muito de rosas brancas, mas achei que já tinha pedido o suficiente.
    Afinal Ele adivinhou o meu pensamento e também pôs esse dinheiro. Que bom!

Entretanto, a avó do pequeno aproximou-se e eu afastei-me sem dizer mais nada.
Fiz, então as minhas compras com uma disposição completamente diferente de quando tinha entrado na loja.
Fui para casa, mas não consegui tirar da cabeça a lembrança daquele rapazinho.
Foi então que me lembrei de ter lido no jornal, dois dias antes, a notícia de um acidente entre um camião conduzido por um motorista embriagado contra um carro onde seguia uma senhora e uma menina de 3 anos.
A pequenita morreu logo e a mãe foi para o hospital em estado crítico. Seria esta a família do rapazinho que conheci na loja?

Dois dias depois, li no jornal que a senhora do tal acidente tinha morrido, devido aos ferimentos. Não consegui resistir e dirigi-me à capela mortuária anunciada no jornal, não sem antes comprar um ramo de rosas brancas.
Quando lá cheguei vi uma jovem num caixão, segurando na mão uma rosa branca e, sobre o peito, a fotografia do rapazinho e a boneca...
Sai dali a chorar e a pensar que a minha vida tinha mudado completamente.
O amor enorme que aquele rapazinho tinha pela mãe e pela irmã! E, numa fracção de segundo, tudo destruído por um acidente estúpido!

1 comentário:

  1. É uma história muito comovente.Sem dúvida que toca-nos a todos,plo menos a mim tocou.Há que ser responsável.SE CONDUZIR NÃO BEBA.

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